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Adriano Azevedo Oba Abiodun do Opo Afonja, muito além de sobrinho de Mãe Stella de Oxossi

Orisa Brasil -Por Yemojagbemi Omitannmole Arike - Renata Barcelos by Orisa Brasil -Por Yemojagbemi Omitannmole Arike - Renata Barcelos
01/11/2019
in Sem categoria
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Entrevista Realizada representando a OrisaBrasil  Renata Barcelos -(Yemojagbemi Omitanmole Arike) e Flávio de Paula ( Sangotola)

É com muita honra que falamos com um dos Obás da Casa do Ile Axé Opo Afonja, sobrinho de Mãe Stella de Oxossi , ele possui inúmeros trabalhos cultuarais dentre eles até mesmo a participação em uma Opera! Não deixamos de perguntar sobre a religião .. confira aí ! Dos aprendizados de Mãe Stella a como enfrentar os Neo Pentecostais..

Senhoras e Senhores,

Adriano Azevedo

Parte 1 –Quem é Adriano Azevedo

 

1)  Por favor se apresente ao público conte um pouco de sua trajetória com os Orixás. Como assumiu o cargo de Oba Abiodun do Ile Axé Opo Afonja? Qual é a função de um Obá?

Adriano é um negro de 39 anos, filho de dona Nivalda Silva de Azevedo Santos – Ajoiê de Iansã e Adriano de Azevedo Santos (in memorian) – Ogan de Iansã, ambos do Ilê Axé Opô Afonjá. Pai de uma “criança” de 20 anos, Reina de Azevedo, Yaô de Iyemanjá, também do Opô Afonjá e órfã da sua mãe de santo, Stella de Oxossi.

Sou artesão (arte sacra afro-brasileira), músico-percussionista desde menino, publicitário de formação e Obá desde sempre. Ainda na barriga de minha mãe, Obá Kayodê, (o Xangô de minha filha Elza), me apontou como Obá, mesmo ainda sem saberem se aquele feto era menino ou menina. Aos 03 meses de nascido, na festa do Abogun de Xangô, em 29 de junho, Obá Kayodê me carregou e me apresentou ao público. No ano de 1991, aos 11 anos de idade, me confirmei aos pés de Xangô como Obá Otun Abiodun, sendo o titular do cargo, o saudoso Sinval da Costa Lima (in memorian).

O corpo de Obá foi instituído em 29 de junho de 1936, por Eugênia Anna dos Santos, Obá Biyi, Mãe Anninha, a fundadora do Afonjá, com o auxílio de seu braço direito, Martiniano Eliseu do Bonfim, o Ajimuda da casa. No mesmo ano, em 08 de novembro, fez-se a Sociedade civil, chamando-se de Sociedade Cruz Santa do Ilê Axé Opô Afonjá, com o objetivo de perpetuar a história de Obá Biyi.

Os Obás são títulos honoríficos, de exclusividade do Opô Afonjá, e tem como função primordial assessorar a Iyalorixá, além de tudo o que diz respeito à casa de Xangô. Os Obás também cuidam da parte civil do Terreiro, e hierarquicamente, estão acima dos Ogãs.

Sua composição foi formada em 12 Obás. 06 da direta, com direito de voz e voto, e os outros 06 da esquerda, com direito somente a voz. Na gestão de Mãe Senhora, Maria Bibiana do Espírito Santo, Oxun Muwiá, ela ampliou o quadro de 12 para 36, colocando dois suplentes para cada titular do cargo, passando-se a chamar Otun Obá … (lado direito) e Osi Obá … (lado esquerdo).

Música:

2) Inúdídùn Samba da felicidade, o grupo qual o Senhor faz parte e que sabemos que é permitido dentro do Ile Axé Opo Afonja, poderia pisar com fé? Queremos saber como está à caminhada com esse grupo e como surgiu.

O Inúdidùn foi idealizado por mim, e teve origem em 2002, a partir de uma brincadeira na Lavagem do Bonfim, festa popular da Bahia. No ano de 2014, escrevi para um edital do fundo de cultura da Bahia, com o objetivo de gravar um CD com músicas autorais e de domínio popular, e fazer o lançamento dentro do Opô Afonjá, pois toda a sua estrutura parte de dentro do Terreiro. Costumo chamar o Inúdidùn de Samba de Terreiro.

Em 2015 pude realizar este sonho, com o CD pronto com 08 faixas, e um show de lançamento aqui no Axé. Recebemos alguns convidados, dos quais abrilhantaram ainda mais o evento, e depois disso, fizemos alguns shows. Mas como a música em Salvador é ingrata, e, a desculturalização de alguns, que preferem ouvir “músicas” com letras de baixo escalão, aversão a mulher e etc, o Inúdidùn ainda não acertou o “gol”. Mas ainda continuo na batalha!

Conheça mais: https://www.youtube.com/watch?v=meDkzuH2lqQ

3) Opera Adriano?Opera? Recentemente o Senhor se envolveu com uma opera e que é tida como a primeira opera preta do Brasil segundo o Jornal da Tarde, que vai narrar a relação entre brancos e pretos durante o período da escravização, então segue a pergunta por que em Opera ? como se dará isso? O que lhe motivou a participar deste trabalho?

A ópera foi escrita pelo poeta, dramaturgo, romancista, compositor e também Obá de Xangô, Obá Aré, Ildásio Tavares. Teve sua estréia há 25 anos, e hoje, seus filhos, Ildázio Tavares Jr., radialista e produtor cultural e Gil Vicente Tavares, dramaturgo e diretor artístico, estão remontando a obra.

Além da minha amizade com Ildásio, e conseqüentemente com seus filhos, o que me motivou em participar desta obra, é a sua importância histórica. Primeira ópera baiana, cantada em português e ioruba, e onde, a sua maioria, são artistas negros.

Para quem quiser mais sobre este evento: http://atarde.uol.com.br/muito/noticias/2099542-primeira-opera-negra-do-brasil-lidia-de-oxum-sera-remontada-em-novembro?fbclid=IwAR0iuBfXCqfGH6RDcQPKHqzhqBvlWU4fiMWSQ-i2x3UvVxuFEdGo7SWK5_A

4) Mais projetos musicais? Pode nos revelar seus projetos?

Felizmente, só o Inúdidún!

Não teria estrutura pra mais projetos. A decepção é grande!

5)Trabalha com ferramentas e faz esculturas, qual a influência do mestre Didi, e de outros mestres, em seus trabalhos?

Há alguns anos atrás, me peguei fazendo Xaxarás, Ibiris e dando forma a outras leituras estética às ferramentas dos Orixás. Tia Stella, Odé Kayodê, vendo o meu intento, mandou-me falar com o Mestre Didi, pois ele era o precursor deste trabalho, afim de não me acusarem de plágio. Assim fiz. Num sábado, fui até o Ilê Axipá, falar com ele. Levei um álbum de fotos e uma escultura. Ele folheou o álbum e começou a analisar a escultura. Deu-me alguns toques e disse que era pra eu continuar com o trabalho, pois aquilo era a perpetuação do seu legado. E assim continuei! Já fiz algumas exposições e trabalhos coletivos.

Labalabá – Borboleta
Homenagem a Mãe Santinha de Oyá.
Cortejo Afro, carnaval 2015
http://adriano-abiodun.blogspot.com/

 

Parte 2 – Perguntas sobre a Religião

1) O que são os Orixá para o Senhor? Como se relaciona com eles no dia-a-dia?

Ancestrais divinizados, tendo os elementos naturais como sua forma física.

Eu sou vizinho Deles! Estou diariamente com Eles!

2) Pode nos compartilhar um aprendizado que teve com seu pai e com mãe Stella destes que só quem conviveu de perto pode revelar?

Ambos eram muito calados e observadores. E ser observador, foi uma das coisas que aprendi com Eles, para que no momento certo eu pudesse perguntar.

Já no âmbito religioso, meu pai dizia sentir orgulho de mim, pois eu conseguir me tornar um sacerdote que Ele não foi.

 

3) Preciso perguntar sobre Iemanjá, qual o entendimento que o Ile Axé Opo Afonja tem sobre ela, é uma Orixá de rios ou do mar? O Ile Axé Opo Afonja  valoriza a apuração de “qualidades” dos Orixás?

A casa é de Xangô, mas o reinado é Dela.
Desde que me entendo por gente, que sei que Ela é a senhora dos oceanos.
Sim! Em dado momento, se é feito a apuração da qualidade dos Orixás.

4) Estamos em 2019 e mais de 250 anos depois da formação do candomblé ainda enfrentamos problemas comuns de mais de dois séculos atrás, a perseguição religiosa, preconceito, muitos terreiros hoje são quebrados, Senhor acredita que os devotos de Orixa precisam mudar alguma postura e em sua opinião como vamos desta vez enfrentar os movimentos neo pentecostais?

A mudança de postura é ser menos vaidoso.

5) Como o Senhor vê os locais usam do nome dos Orixá e fazem trabalhos de feitiços, amarração  expondo cartazes nas ruas, e deixando esses trabalhos aos olhos de todos, eles podem contribuir para intolerância religiosa?

Esta pergunta é cruzada com a quarta, quando fala de como enfrentarmos os movimentos neo-pentecostais.

O culto aos Orixás não tem nada a ver com estes cartazes que vemos espalhados nas Cidades, com trabalhos de amarração e etc. Então, vejo esses lugares como espaços de arrecadação monetária.

A vaidade de alguns, e a insanidade de outros, faz com que estes adeptos, desconhecedores da cultura, inovem e recriem uma história já existente.

As redes sociais contribuem bastante para a intolerância, e acima de tudo, promove a procriação de novas tendências, das quais não fazem parte da tradição secular que é o Candomblé. Imagens e vídeos de iniciação e outros ritos, que jamais deveriam ser compartilhadas em redes sociais, caem nas mãos de pessoas que desconhecem da nossa tradição e dos nossos dogmas, e que sem entender, terminam nos atacando. E nem precisam ser neo-pentecostais, bastam não entender.

Awô é awô!

6) Mãe Stella deixou um forte legado e foi acompanhado por muitos de fora do Ilê, inovadora em escrever livros, a fazer até mesmo um aplicativo para celular, ocupou A cadeira nº 33 da Academia de Letras da Bahia. Como o Senhor vê o uso das novas tecnologias, a grande quantidade acesso a informação que hoje a Internet disponibiliza sobre os Orixás?

Candomblé não se aprende em livros, tão pouco na internet.

A internet tem seus benefícios, mas também tem seus malefícios. E se você não souber usá-la de forma consciente, ela pode ser uma arma.

Minha tia, não era uma mulher tecnológica. Ela não entendia de internet; de smart phone etc… Não entrarei em detalhes, pois o assunto é longo, e perderemos o foco. Portanto, a idéia de criar aplicativo para celular, não partiu dela. Partiu de uma causa maior, assim como as casas que supra citei, no item 5), segundo parágrafo.

7) Ainda neste caminho mãe Stella dentre tantas coisas será muito lembrada por ter tido a coragem de se manifestar contra o sincretismo religioso e elimina-lo do Ile Axé Opo Afonja dizia que a cultura vive em mudança, frente a isso o Senhor acredita que outras transformações ocorrerão no candomblé se sim quais?

O anti-sincretismo foi uma mudança boa. Pois, mostrou que somos independentes, e que não precisamos da bênção do padre pra validar a minha obrigação feita no quarto de Axé.

Agora, as transformações acontecem diariamente. É só você abrir o YouTube ou o Facebook. Sintetizo isso no quarto parágrafo do item 5). “Promoção a procriação de novas tendências”.

8) Neste momento estamos diante de um forte movimento de busca a Africa, um dos movimentos mais populares do Brasil é o Ifá, como o Senhor avalia isso e essa busca está arrebatando uma parcela de devotos de Candomblé? O Candomblé tem que se preocupar?

Avalio como novas tendências… O preocupante, é que já lutamos contras os evangélicos, contra os intolerantes, ignorantes e agora, contra esse movimento, que diz ser soberano. É preocupante sim!

9) Acompanhamos seu depoimento sobre a visita do Alaafin Oyo ao Brasil, o Senhor acredita que estes intercâmbios são importantes? Tem vontade de conhecer a Nigéria?

Intercâmbios sempre são importantes e bem vindos.

Meu sonho é conhecer minha família, Egbá e Ijebu.

10) Com nosso mais profundo respeito não podemos deixar de perguntar pois tenho certeza que todos estão aguardando o momento da reabertura do Ilê Axé Opo Afonja. Há algo que se possa dizer ao grande público de como será realizada a cerimônia de reposição de cargo de Mãe Stella? Como é feita essa substituição?

Pra mim tudo é novo. Nunca presenciei um momento como este. Depois do Axexê de 01 ano de minha tia, que será em dezembro deste, 2019, terá o jogo de sucessão (merindilogun), onde Xangô irá apontar a mais nova Iyalorixá.

11) Sabemos que o Ile Axé Opo Afonja está em recesso pelo falecimento de mãe Stella, mas existia ou existe algum trabalho de preservação da religião ? Como é o trabalho de preservação da herança oral e ritualística do Candomblé para o futuro?

Continuar seguindo os ensinamentos de Obá Biyi, sem mudar a tradição. Assim tenho fé!

12) Gostaríamos que o Senhor deixasse uma mensagem aos nossos seguidores, espaço livre para seu recado.

Só desejo que os Orixás nos dêem discernimento e força para seguirmos, com um só objetivo: cuidar de quem precisa.

Kabiêsi Ogun!

Kabiêsi Xangô!

Kabiêsi Iyá!

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