Vivemos, talvez novamente, um momento delicado das religiões de matriz africana no Brasil, ainda que muitos não tenham notado, chega com toda força o culto a Ifá/Orunmilá, com conceitos conflitantes aos cultos já praticados neste solo. A pergunta que temos que fazer para o futuro é: Como será? Como os conceitos trazidos direto da terra mater dos Orisás, a Nigéria, irão conversar com conceitos aqui já existentes? Como Terreiros, Barracões, Ilês, Axés, Egbes, Centros, vão enfrentar filhos de seu asé com informações baseadas em versos de Odu Ifá, citações de entrevistas feitas com sacerdotes nigerianos e até mesmo com a visita destes sacerdotes em suas casas?
Lembrando que em 2014, uma comitiva de Oyo / Nigéria, ligada ao Alaafin e ao culto de Sango, esteve nos mais conhecidos terreiros de candomblé do nosso país e não são poucos os registros de idas ao solo nigeriano por sacerdotes brasileiros de matriz africana. Esse intercâmbio cultural entre Brasil e Nigéria é uma realidade crescente.
Desde os anos 50 o mais famoso escritor sobre o culto dos Orisa Pierre Verger, já investia em mostrar as diferenças de cultos entre os dois países, Brasil – Nigéria.
Hoje ferramentas como Internet, celular, acesso a livros, facebook também estão ajudando a diminuir a distância física entre os continentes e as informações são abundantes, contamos ainda alguns sacerdotes nigerianos morando no Brasil, como é o caso do Babalorisa Dhadar Faseyi filho do mais alto sacerdote de Obatala de ile Ifé, Obalosun, morando em São Paulo, Babalorisa King com o templo de Oduduwa, Babalawo Ogunjimi do centro cultural africano, entre outros.
E foi com essa motivação que chegamos até nosso entrevistado, para descobrir como conseguir o equilíbrio entre o já existente e o “novo, mas mais antigo”.
Para falar sobre isso ninguém menos que um Arabá.
O ano de 2016 entrou na história do Brasil, registramos algo inédito em nosso país, um brasileiro, Arabá Ifalere Awodele Elebuibon, foi o escolhido que recebeu o primeiro título de Arabá, direto das mãos de um dos sacerdotes mais conceituados da Nigéria, Arabá Ifayemi Elebuibon. Titulo esse, que é dado ao mais alto grau de sacerdotes de Orunmila/ifá.
Ele nos concedeu uma entrevista no dia 23 de maio, dizemos que a humildade, foi algo que saltou aos olhos, em momentos onde faltamos por descuido, com termos adequados para nos dirigimos a ele, o mesmo respondia: “ pessoas falam com pessoas”. Ali ficou claro, que embora tenha um titulo sofisticado, conhecê-lo um pouco melhor fez com que nos sentíssemos iguais.
Sobre a Entrevista:
Após conversa prévia enviamos ao Arabá 6 questões. Ele nos Respondeu via um arquivo de Word e estará aqui publicada na integra. Deixamos claro que todas as informações aqui transmitidas são de responsabilidade do entrevistado a começar deste ponto.
Nome: Arabá Ifalere Awodele Elebuibon
Família: Elebuibon
Cargo: Arabá (título dado a sacerdotes de Orunmila), Sacerdote de Umbanda, Babalorixá de Candomblé Nação Ketu e Iniciado em Ordens Indianas
Formação acadêmica: Histopatologia, Naturopatia Holística e graduando em Psicologia
Nacionalidade: Brasileiro
Cidade: Vitória/ES
Idade: 54 anos
1º) a gentileza de falar sobre trajetória religiosa.
Venho de família Kardecista, tendo iniciado o desenvolvimento mediúnico, os estudos em torno das ciências metafísicas, o trabalhos assistenciais e evangelização aos 14 anos. Aos 16, tive o primeiro contato com um Terreiro de Umbanda, o que hoje soma 37 anos de Umbanda, onde passei dedicar como médium de psicofonia (incorporação) e também tive oportunidade de desenvolver trabalhos de ordem social e conhecer mais a realidade desta Religião genuinamente brasileira. Tive oportunidade de conhecer a Igreja Messiânica e algumas ordens esotéricas, o que ampliou minha visão para uma possibilidade mais holística do ser. O Grupo de Umbanda Aprendizes do Amor fundei há 31 anos, já como Babá de Umbanda e, alguns anos depois, sem deixar a Umbanda iniciei no Candomblé, onde tive o olhar desperto para a cultura africana em sua totalidade, aumentando a minha visão e percebendo a sua grandeza. Conheci algumas famílias de Ifá, sendo que não percebi esta visão global, pois a meu ver, religião não é sinônimo de engessamento e sim de libertação de consciências, algumas delas queriam que eu largasse a Umbanda e isso nunca foi algo possível, como abandonaria todos os meus filhos de santo? A umbanda ensina a caridade e mantenho os dois cultos separados. Ifá de um lado e umbanda do outro. Sem desmerecer as outras famílias, observando que já conheço algumas de forma mais clara, a Família Elebuibon a qual me iniciei Babalawo pelas mãos do Oluwo Ifadapó Awodele Elebuibon em Oshobo – Nigéria, me despertou para o fator eclético, onde eu me senti mais em casa, eu não precisava estar na África para cultuar os Orixás e, em nenhum momento, me foi imposta qualquer condição com relação à Umbanda, aos ensinamentos de Sri Prem Baba, que também admiro e me ajuda na reestruturação como Sacerdote, ou qualquer outra filosofia. Lembrando Arabá Ifáemy, que traduz muito bem isso em sua fala “Ifá é para todos”, complementando, Católicos, Evangélicos, Espíritas podem ser de Ifá. Em minha visão, Orisá não tem pátria na terra e nem religião definida, o que ocorre é que a África em si foi o canal mater para despertar o surgimento das divindades no Aye.
Como entrou em Ifá e por quê?
Esta é uma boa pergunta. Entrar em Ifá é muito complexo para qualquer um, pois nós já nascemos em Ifá, independente de qualquer credo, pois Ifá é a própria essência do destino e todos possuem o destino. Eu senti um chamado para ir além de mim mesmo, isso parece complicado de entender, mas quero expressar que acredito que estamos em constante transformação e, sem isso, não evoluímos. Este impulso e atração que tive pela filosofia de Ifá, me abriu a possibilidade de perceber várias vertentes, através do estudo mais aprofundado do Universo, utilizando como base, o arquétipo de cada ser existente no planeta, mais especificamente, o homem. No meu caso em especial, creio que se deu devido à minha característica pessoal de buscar o autoconhecimento e me preparar cada vez mais para o Sacerdócio.
2) A umbanda na sua casa e Ifá/culto de Orunmila se cruzam em algum momento?
Eu explico aos meus filhos as diferenças entre os dois, acredito que assim eles também aprendem, alguns querem ser iniciados em Ifá, mas quem determina é o próprio oráculo. No Aprendizes do Amor, que é o Terreiro de Umbanda, se pratica a caridade como forma de despertar a consciência e uma das formas é tirar as vendas e perceber que a melhor maneira de fazer isso, é se libertar das correntes do preconceito e da ignorância. Lembro que conhecimento gera poder, mas o poder mal administrado pode levar à destruição de qualquer caminho. As escolhas são um fator primordial para um bom desenvolvimento do caráter de qualquer ser, as consequências delas é que promovem as guerras e divisões, então para mim, Ifá não interfere no trabalho da Umbanda, assim também como no do Candomblé, são frequências diferentes que podem se conjugar para uma reaproximação do ser consigo mesmo, o que é a libertação da escravidão ordenada por conceitos ultrapassados. Hoje, com os novos meios de comunicação, é impossível que meus filhos não tenham contato com informações diversas, eu trato de explicar as diferenças e orientá-los. Vejo com bons olhos a globalização, mas também as tradições antes passadas oralmente nos Ilês, hoje se perdem diante das múltiplas opiniões oferecidas virtualmente.
3) Como sacerdote de Umbanda como é o trabalho que realizam?
Como Sacerdote de Umbanda me coloco à disposição juntamente com o Pai Pequeno em avaliar, tentar compreender e auxiliar no crescimento pessoal dos filhos e dos que nos procuram. São promovidos treinamentos, cursos, seminários e palestras com a intenção de quebrar as barreiras impostas pelo sistema individualista em que vivemos. Vejo que a Umbanda é a casa de todos, ou seja, um pronto-socorro com visão eclética, com o principal objetivo de atender as pessoas, sem qualquer tipo de distinção e sem impor a crença e nem ultrapassar a liberdade de escolha de cada um. Atendemos pessoas de maneira gratuita, trabalhando com todas as linhas da Umbanda tradicional, iniciada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, através do médium Zélio de Moraes, mas também utilizamos técnicas complementares como Reiki, Passes Magnéticos, Água fluidificada e também adotamos tratamentos como Cura e Desobsessão, estudando obras de Kardec, além de trabalhos de evangelização infantil e juventude. Nossa Biblioteca oferece obras das mais variadas vertentes, não só de Umbanda, já que a Umbanda é uma miscigenação de cultos variados: catolicismo, espiritismo, ameríndio, africano e oriental, estando disponível a receber outras influências que acrescentem em seu trabalho e crescimento.
4) Existe alguma dualidade interna entre os dois cultos?
Na prática em si, com certeza existem diferenças, mas vejo que isto é inerente à otogênese, ou seja, à história do homem. A cultura brasileira absorveu várias influências, como já foi dito, o que baseou a Religião de Umbanda, sendo que a cultura africana é praticada em essência, na África, não tendo alguns ritos ou algumas crenças que a Umbanda já manifesta. O que vejo é que a Umbanda é uma Religião que segue o princípio da caridade com o intuito de levar o homem ao encontro do seu eu superior e Ifá, uma filosofia que cultua os Orisás com uma profundidade muito maior do que a Umbanda, devido ao fato de já ter em sua formação primordial as bases para isso. Lembramos que a Umbanda trabalha com Guias, ou seja, espíritos que já passaram pela terra e não com o transe de Orisás, mas não vejo prejuízo nenhum em um Terreiro ou um Ilê ter as duas vertentes ou até mais. O que percebo é que a Umbanda nos dá uma liberdade de expressão maior, por exemplo: cada Terreiro mantém um ritual diferente, mas a essência do trabalho é o mesmo.
5) A família Elebuibon é uma das mais tradicionais da Nigéria, o Sr. enfrentou algum tipo de “preconceito” em relação a Umbanda? Em algum momento foi pedido para que o Sr. fizesse uma escolha entre o culto de Orunmila/Ifá e a umbanda?
O arabá Ifayemi Elebuibon, Babalawo Ifadapo Elebuibon e Babalawo Ogundeji Elebuibon estiveram em meu Terreiro de Umbanda, assistiram nossos trabalhos e nunca pediram para que eu o deixasse. Realmente o que mais me chamou a atenção foi este fator, sendo que no Terreiro de Umbanda nunca foi requisitado que pessoa alguma tivesse que ser umbandista ou aceitasse a Umbanda para ser assistida, apenas quando a pessoa entra para o Terreiro como membro, passa por orientações e damos a liberdade de experienciar durante sete giras (forma que são chamadas as reuniões), a fim de sentir realmente se está fazendo a sua escolha no tempo certo ou se é o que desejam mesmo.
Concluindo, pela família Elebuibon nunca percebi preconceito, pelo contrário, recebi incentivo.
Nota: Babalawo Ogundeji Elebuibon foi nosso entrevistado na semana passada, na questão número 12, onde fala sobre a visita a Umbanda e tece elogios, foi a casa de Umbanda do Araba em Vitoria.
6) Se o Sr. se sentir à vontade para falar, já que é público em seu facebook, o senhor mantém uma relação homo afetiva, sabemos que no culto à Orunmila, existem em algumas famílias certas restrições a essa questão. Como o senhor foi recebido, como os sacerdotes receberam tal informação?
Vejo tudo com muita naturalidade, por que o que determina um ser, principalmente para desenvolver um bom trabalho de intercâmbio entre esta dimensão e outra, é o caráter. Uma pessoa de bom Ori, com certeza, terá a consciência e o discernimento de entender que, ser ou não de um gênero sexual, não determina um ser como um todo. Um olhar mais apurado demonstra sabedoria e, todo Sacerdote ou qualquer estudioso, deve desenvolver este atributo. Assim como existe o preconceito em famílias de Ifá, existe o preconceito no Brasil, mas acredito que o tempo é uma escola redentora e, quem não abre mão de conceitos pré-estabelecidos pelo homem. Creio que nada pode permanecer sem evoluir e, uma das formas de conseguir evoluir, é abrir espaço para que transformações ocorram, a maioria das doutrinas que caem no esquecimento e não conseguem permanecer ativas, são as que são inflexíveis. Enfim, não deveria se voltar o olhar para esta questão, não que queira me proteger, pois não me sinto criminoso, mas sim para o que Ifá pode fazer para que a vida seja mais plenamente usufruída. Ao invés de julgar, procuremos nos autoconhecer, pois o conhecimento liberta.
No Brasil o preconceito é gritante não só aos homo-afetivos, ao próprio negro, no entanto bebemos na fonte de sua cultura e isso deveria ser feito sem preconceitos. O grande problema é a luta pelo poder, o medo de se olhar e de realmente ser, e não ter. Não recebi o título sem consciência do que poderia enfrentar, e ainda posso, em função da discriminação, mas ainda vejo com muita alegria que as Religiões que abraçam as minorias sem qualquer tipo de diferença, são as Religiões erroneamente ditas primitivas e pagãs, como a Umbanda, o Candomblé, Omolocô e, porque não, Ifá?
Lembremos que título não se compra, pode-se até comprar, mas o asé é inato, um Sacerdote já nasce Sacerdote, desperta através da ativação por um outro Sacerdote já desperto, se aprimora e segue naturalmente o destino que lhe foi determinado. Alguns Sacerdotes afirmam que alguns Odús proíbem a iniciação de homossexuais na filosofia de Ifá, alerto que, quando se lê o Itan de qualquer Odu deve-se decifrá-lo, pois tudo é metafórico. Se for lido com os olhos do preconceito, se tem resposta na mesma frequência, se por outro lado, for lido com os olhos da clareza, se tem resposta além daquilo que foi plantado pelo sistema que manipula o saber.
7) Como o Sr. acredita que será o futuro das religiões de matriz africana no Brasil? Em algum momento deverão selecionar conceitos da terra mater para agregar mais conhecimento aos cultos existentes ou deverão permanecer intactas em nome dos dogmas já existentes aqui? Haverá humildade para reconhecer certos equívocos como, Yemoja a rainha do mar e nesse reconhecimento devolver o mar para Olokun? Ou ainda que alguns equívocos foram cometidos nunca comprometeu a fé e o resultado dos cultos.
Olha só, o futuro é um fator determinado pelo presente e o passado serve de norteador, se houver realmente disposição para sair da zona de conforto pessoal do “eu ter” e passar para a zona de ação do “eu ser”, com certeza, conseguiremos agregar mais forças e respeito às Casas de matriz africana, o que vejo infelizmente ainda, é o individualismo, a autopromoção e a atual confusão que está sendo feita, banalizando os ensinamentos nas redes sociais, mas ainda existem grandes baluartes encarnados, e outros ainda por vir, que fazem as Religiões de matriz africana, respirarem. São os pulmões da Religião, temos que nos unir, mantendo a ética.
Quanto aos conceitos, é um eterno aprendizado, tudo que não se movimenta fica estagnado e com isso não produz, portanto, deve-se estar aberto a dar e receber, desde que não se fuja dos princípios básicos, não esquecendo que estamos no Brasil. São culturas diferentes, não podemos trazer a África para cá e nem o inverso, o importante é o intercâmbio de forma a fortalecer os conceitos.
Não vejo como equívocos alguns conceitos, continuo batendo na tecla de que transformações acontecem. Atravessar o oceano, como foi feito com as sementes do culto de matriz africana e semeá-las em solo brasileiro e querer que deem os frutos com o mesmo sabor, é um devaneio. Yemoja é uma divindade das águas, sendo ou não cultuada nos rios, está ligada a esta egrégora, que são as águas, o elemento é que importa isso não compromete o culto, a fé ou o resultado. Quanto a Olokun, atualmente o culto a este Orisá está sendo mais propagado no Brasil, mas devemos tomar cuidado para a não banalização do rito.
O que infelizmente vemos é, não só em Ifá, muitos neófitos mergulharem nas redes sociais e se sentirem donos da verdade, passando a negar o que foi ou é passado por Sacerdotes de direito. Este fator tem quebrado a cadeia natural do conhecimento, que deveria ser seguida conjuntamente com o desenvolvimento do real saber e, se saber é poder, pode-se ter armas poderosas em mãos inescrupulosas (ou seja falso saber, o que é ainda pior). Sabemos que o desenvolvimento tecnológico faz parte da evolução e é ferramenta poderosa e importante na transmissão de conhecimento, cabe ao Sacerdote se inteirar e não invalidar essas possibilidades, esclarecendo aos filhos que se deve separar o joio do trigo usando o bom senso, e que qualquer novo saber deverá estar dentro do que foi proposto nas diretrizes do Ilê em que ele é iniciado. Isso se aplica a todas as Religiões.
8) Como foi o seu contato com o Araba Ifayemi Elebuibon?
Após minha iniciação em Ifá, com o seu filho carnal Oluwo Ifadapó Awodele Elebuibon, iniciei a trajetória de aprofundamento no culto a Orumilá. O meu contato com o Arabá Ifáemy Elebuibon já tinha sido anunciado antes por Ifá, através do Oluwo, sendo que alguns fatores eu não posso revelar, mas já estava sendo preparado para assumir um cargo. No primeiro contato que tive com o Arabá, percebi que algo diferente acontecia em mim, não é mágica (risos), mas realmente identifiquei uma ligação que me traria maiores possibilidades. Ele logo me orientou no meu caminho em Ifá e enfatizou que eu seria criticado, mas que eu não me importasse com isso, pois eu havia sido indicado a ser o Arabá e que alguém, um dia, de uma forma ou de outra iria ter que abrir caminho para que outros Arabás pudessem atravessar as fronteiras da África.
9) Quais são as qualidades que uma pessoa precisa ter para conquistar tal título, o que representa para o Sr. ser portador de um título tão especial?
O título de Arabá veio por indicação oracular no meu itefá na Nigéria, Oluwo Ifadapó Elebuibon, filho do Arabá Ifayemi Elebuibon, quem me avisou que estavam ele e o pai vindo ao Brasil e que estavam prontos para fazer a minha consagração em Arabá no Brasil, na cidade de Vitória. Qualidades… creio que título é somente um pequena nomenclatura e uma representação para que a sociedade possa reconhecer, o importante é o que sai de dentro de mim. Ifá e o Arabá Ifayemi é quem viram em mim as qualidades, pode ser que outros não as vejam. Só percebo que já nascemos designados e que, a partir do momento que fui consagrado Arabá, a expansão de consciência, se deu de forma acelerada, mudando minha visão de tudo, o que é uma ferramenta necessária para um Arabá desempenhar sua missão no planeta, missão essa de difundir e promover a união, o amor e a paz, auxiliando as pessoas a entrarem em seu eixo primordial, que é o reequilíbrio ou reencontro com seu eu superior, o que nada mais é, que o seu destino na sua essência mais pura, designado por Ifá e utilizando os enigmas que só cabe aos Arabás serem detentores.
Agradeço pela oportunidade e espero poder contribuir para uma breve conscientização do que seja ser um real sabedor do conhecimento de Olodumare, da Umbanda e das matrizes africanas em geral.
Alerto que estamos em constante treinamento e, portanto, o aprendizado é permanente, para isso é necessária a compreensão e a troca.
Lembremos que a terra não é propriedade do homem, que a verdade não é absoluta e que as famílias detêm os conhecimentos trazidos por seus ancestrais, mas o que importa realmente é o que sai do fundo da alma, tendo como fonte os ensinamentos emanados por Olodumare.
Peço, de forma bem respeitosa, que as armas sejam deixadas de lado e que todos possam se olhar no outro, não importa quem seja, a fim de que o preconceito, a intolerância e a guerra de poder entre os próprios membros das matrizes africanas não sejam o elemento que possa detonar com toda esta bela cultura.
Ao invés do que se pensa o que mata e o que destrói é o que sai de dentro e não o que vem de fora.
Quero com isto deixar uma homenagem a todos os grandes trabalhadores, defensores de uma realidade visivelmente expressada no dia a dia, na luta incansável das realizações dos rituais em nossa Pátria Brasil, homenageando a África como a grande Mãe que nos concedeu o sabor do asé dos Orisás.
Ifá ilumine a todos.
OGBÓ ATÓ, ÀSÚRE, ÌWÒRÌWÒFÚN
Arabá Ifalere Awodele Elebuibon
Ilê Ifá Ogboni Ogbê Meji Elebuibon
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