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Culto a ORI na Visão de Altair TOgun

Orisa Brasil -Por Yemojagbemi Omitannmole Arike - Renata Barcelos by Orisa Brasil -Por Yemojagbemi Omitannmole Arike - Renata Barcelos
28/05/2016
in Orisa
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Culto a ORI na Visão de Altair TOgun

Altair era do candomblé Ketu, iniciado em Ogun – gerava polemica na busca de trazer mais conhecimento as casa de matriz africana do Brasil

Altair Bento de Oliveira, conhecido como Pai Altair Togun, partiu para o orun no dia 14 de janeiro de 2012.

 
IGBÁ ORÍ
Por Altair T’Ogun
 
“É a nossa cabeça que devemos reverenciar não aquela tigela com alguns objetos que dizem, ser o Igbá Orí. Digo isso por que acredito assim. E algumas vezes, quando sou questionado por algumas pessoas que por “n”motivos, perguntam o quê fazer com seu “Igbá-Orí”.’
 
Outros, preocupadíssimos porque seus zeladores não querem entregar ou que pior ainda, despacharam seus Igbá-Orí. Então, converso com elas dizendo isso que acredito. Grande parte delas se acalma e acaba concordando comigo. Não que Eu seja o dono da verdade, mas, há lógica em minha teoria. Mas, se não houver, é um bom assunto para ser pensado por todos.
 
Assim como, não é por ter escolhido um mau Orí que a pessoa tenha que viver na penúria a vida inteira. Ela poderá, através dos ebo reverter esse quadro, se não por completo, mas, em boa parte, pois ela estará resgatando parte da integridade do seu Orí.
Mas, também, não será somente através dos ebo que isso será alcançado.
 
Elas também haverão que se esforçar com muito mais força de vontade ainda para superarem suas barreiras. Podem não alcançar o sucesso total, mas, poderão ter uma vida mais amena com algumas realizações e alegrias.
 
A iniciação na Religião Yorùbá significa o nascimento do Orí-inú dentro do culto aos Òrìsà. É uma maneira de demonstrar que a partir da iniciação aquela pessoa nasceu para a religião e para o sagrado com a confirmação do seu Orí-inú, que passará a ter representação física no àiyé.
 
Aí, é que começa a história do Igbá Orí (literalmente, cabaça da cabeça, pois os assentamentos eram feitos em cabaças – igbá, daí o nome ter virado sinônimo de assentamento de Òrìsà) a Cabaça do Orí.
 
Costuma-se fazer assentamentos com as mais variadas coisas para representar o Orí de uma pessoa. Esta variedade de coisas deve-se a que o Orí seja o que individualiza o ser humano. Como no caso das impressões digitais, ninguém tem Orí igual ao de outra pessoa, cada Orí é único e exclusivo daquela pessoa.
Então, faz-se o assentamento numa cabaça ou tigela, o mais comum entre nós, e esse assentamento é cultuado como Igbá – Orí, ou seja, a representação física do Orí-inú da pessoa. Tudo bem, este comportamento é usual e corrente. Mas, sem querer ser o único certo, longe de mim isso, eu não concordo com esse tipo de Igbá Orí. Porque eu penso que a melhor representação do nosso Orí-inú é o nosso Orí físico, ou seja, a nossa própria cabeça.
 
A nossa cabeça física é a materialização da nossa cabeça interior, acho eu.
 
Qual o melhor objeto para representar o nosso Orí-inú, que não a nossa própria cabeça? É dentro dela que se instala a outra do òrun, por isso, 
chamado Orí-inú (cabeça interior), mas interior onde? Da cabeça física que também acho, tem o formato do igbá (cabaça).
Quando fazemos um eborí nós estamos cultuando esta cabeça interior. E onde nós fazemos os preceitos? Diretamente em nossa cabeça, pois é ali que mora o nosso Orí inú, e o nosso orí.
Igbá Ori, segundo a Tradição de Òrìsà, não leva òkúta e não deveria existir, pois não há lugar melhor para cultuar Orí Inú que sobre Orí Ode, porém ficou convencionado o uso dele. Quanto ao Igbá-Orí, quer dizer a bandeja onde guardamos o double, a representação material do Orí, este contém alguns itens de conhecimento restritos àqueles que tem o seu ori “assentado”. Posso, porém assegurar que dentre estes itens jamais encontrarás um òkúta (Ota).
 
Àse para todos!
Altair t’Ògún
Nota de Luiz L. Marins
A página de Altair Togun não está mais no ar devido seu passamento, mas pela importância queteve este sacerdote no contexto das religiões afro-brasileiras, julgamos oportuno salvar esta página sobre o tema que, com certeza, é o mais polêmido, de todos os temas polêmicos levantados por Altair. Mais sobre Altair Togun pode ser encontrado em:
 
A Reafricanização Filosófica de Altair Togun, in: www.luizlmarins.com.br/ artigos.

Altair Togun, in: “Ori, o blog que faz sua cabeça”, http://blog.ori.net.br/?p=683

Apenas nosso adendo: Na Nigéria (não encontramos discordâncias) não se fala Igba Ori e sim Ile-Ori.

Quem foi Altair T’Ogun

Altair Bento de Oliveira, conhecido como Pai Altair Togun, partiu para o orun no último dia 14 de janeiro de 2012.

Apesar de adoentado há alguns anos, a notícia sobre a sua morte foi a princípio um boato que custou a ser confirmado, para nossa tristeza.

Sua família consangüínea não quis divulgar o óbito, preferindo manter reservado o luto e garantir a intimidade dos ritos fúnebres.

Pai Altair era discreto. Negro, magro, de estatura mediana, era um homem de voz baixa, mas dono de muita atitude.

Altair Togun tinha 46 anos de santo quando morreu. Ele foi iniciado para Ogun na Nação Ketu, em três de outubro de 1966, por Carlos Gonzaga, o Carlos de Obaluaiyê, no Município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Eram tempos em que o saber religioso não era público, nem de fácil acesso. Inquieto e com fome de conhecimentos e respostas, se lançou muito cedo às pesquisas. O inquietava repetir os adurás (rezas) e os orins (cânticos sagrados) sem entender seus significados em português.

Foram cerca de 30 anos de pesquisas solitárias e persistentes. Queria conhecer o yorubá. Mas não existiam professores, nem dicionários. Ele ia então lentamente garimpando as palavras, lapidando as frases, esculpindo os textos, traduzindo para o inglês, depois para o espanhol, e finalmente chegando ao português. Tudo isso sozinho! Ele foi um autodidata.

Assim, foi o primeiro no Brasil a lançar um livro contendo músicas sacras com a letra em yoruba, sua fonética (pronúncia) e a tradução em português, anexando ainda 15 fitas cassete com um total de 15 horas de áudio dos respectivos 376 cânticos sagrados. Era sua primeira obra: “Nkorin S´àwon Òrìsà – Cantando para os Orixás”. O ano: 1993.

Naquela época, o preconceito no nosso meio era grande contra o registro escrito dos saberes rituais. Pai Altair foi muito criticado pela iniciativa, mas não pelo conteúdo da sua obra…

Ele não se abateu. Dois anos depois (1995), lança seu segundo livro, ainda mais contundente e detalhado: “Elégùn – Iniciação no Candomblé”, com prefácio de ninguém menos do que Agenor Miranda da Rocha, que assim concluiu o prólogo: “Sem entrar no mérito da polêmica acerca do que deva ou não ser publicado, saudamos mais esta contribuição aos estudos da cultura e religiões africanas no Brasil”.

A pesar disso, as críticas foram ainda mais severas e ácidas. Eram hipócritas, que renegavam a publicação, mas a consultavam em segredo nas suas casas…

Enquanto os mais tradicionalistas o boicotavam, o nome de Altair Togun crescia em admiração junto à nova geração que se constituía no Candomblé.

De tanto se debruçar no idioma yorubá, Pai Altair foi convidado a inaugurar o curso de Iniciação à Linguagem Yorubá, sendo professor convidado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ali, foi mestre de toda uma importante geração: Fernandez Portugal, Marcelo Monteiro, José Flávio Pessoa de Barros, José Beniste, entre outros.

Seu terceiro e último livro veio em 1998. Já descontente com a política editorial, lançou em produção independente sua obra prima: “Asese – O reinício da Vida”. Um trabalho completo, onde discorreu sobre o contexto histórico, as práticas atuais, as explicações litúrgicas, também com a tradução de rezas e cantigas. Novamente composto por um acervo de fitas cassete com todos os áudios. Um livro antológico sobre o tema.

A essa altura, desgostoso da vida, seja pelos problemas familiares, seja pelas decepções que colecionou na vida sacerdotal, ou ainda pela ferocidade de seus críticos conceituais, foi se abatendo e se alquebrando pela doença.

Ao final da vida, era um homem nostálgico. A voz se mostrava ainda mais fraca e titubeante. Traído pela memória e pelos que ajudou, o velho Togun estava convicto de suas iniciativas, mas magoado e triste com o ostracismo a que fora relegado em sua Roça numa área remota de Nova Iguaçu.

Poucos foram os que o acompanharam até o fim. Poucos foram os que reconheceram seu mérito e o valor extraordinário de seu esforço para a sobrevivência do Candomblé.

Pai Altair Togun influenciou uma era. Fez escola, fez história, fez o Candomblé melhor: mais lúcido, mas claro, mais correto, mais compreensível. Ele registrou, traduziu e elucidou, trazendo luzes à ignorância e oportunidades aos interessados.

Não foi um mero tradutor. Seu trabalho assumiu uma importância singular, porque ao reparar os textos em yorubá e traduzi-los, garantiu automaticamente que a história dos Orixás, seus feitos, seus atributos e virtudes, assim como seus rituais, não fossem mutilados pelo tempo, nem pelos erros lingüísticos.

Assim a obra de Altair Togun ajudou a garantir uma tradição da qual já não se tinham mais referências gramaticais, a medida em que a língua matriz (o yorubá) que funcionava como um código de transmissão cultural estava se perdendo.

O Candomblé e toda a cultura Nagô foram literalmente resgatados pelo empenho desse homem que lutou sozinho contra um exército de ignorantes, mas que garantiu um legado eterno, herança de todos nós.

Altair Togun é um marco que divide o Candomblé em duas fases: a era da repetição e a era da compreensão.

Márcio de Jagun

Babalorixá, escritor, professor universitário, advogado e apresentador do Programa Ori (ori@ori.net.br)

 

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