orisabrasil
Curso Africa Yoruba
  • Home
  • KOJODA YORÙBÁ
  • Yemojagebmi Arike
  • BLOG
    • Orisa
    • Curiosidades
    • Entrevistas
    • No Brasil
    • Nós falamos
    • DESCOLONIZAR
  • Promova Africanidades
    • Ajude em campanhas
  • Fale Conosco
  • Canais
No Result
View All Result
  • Home
  • KOJODA YORÙBÁ
  • Yemojagebmi Arike
  • BLOG
    • Orisa
    • Curiosidades
    • Entrevistas
    • No Brasil
    • Nós falamos
    • DESCOLONIZAR
  • Promova Africanidades
    • Ajude em campanhas
  • Fale Conosco
  • Canais
No Result
View All Result
orisabrasil
No Result
View All Result

O poder da mídia e da igreja – quem será que ajudou a sustentar um mercado do “maUcumba”?

Colaboradores by Colaboradores
11/05/2018
in Anônimo, Destaque
0

 

O outro lado – O pior cego é aquele que não quer ver

São zilhões de cartazes, posts e sites que vendem “maUcumba”.

A palavra usada aqui significa “trabalho maléfico”, como é vulgarmente conhecida. Cultuo Òrìṣà e também quero enfrentar essa prática. Será que a igreja e a mídia ajudariam?

A maUcumba se tornou um problema social — uma questão criada pela igreja, desde que Exu foi traduzido como Diabo e desde que nos convenceram de que os cultos de origem africana não poderiam ter espaço na sociedade. Levados pela necessidade de sobreviver, iniciamos um processo de aparente catequização, a fim de conter as ameaças e melhorar a percepção do culto aos Òrìṣà.

Enaltecer o diabo em nós foi a arma católica mais poderosa para combater — e, com isso, deram origem ao mercado do mal. O mal se instalou! O pior tipo de ameaça estava por vir, e viria através do que se tornaria o primeiro poder de nosso país: a mídia.

Subvertemos valores. De joelhos no chão, ficamos felizes quando personagens proeminentes na mídia eram pais de santo. O ilustre e talentoso Chico Anysio, com seu personagem “Painho” (vídeo), nos ensinou a rir de nós mesmos. Muitas novelas deram espaço: algumas retrataram os cultos africanos como perversos, enquanto outras adotaram um tom irônico, destacando o charlatanismo. Humoristas atuais, como o canal Porta dos Fundos, com vídeos como “Ogum” (vídeo), que “traz a pessoa amada após um trabalho”, acumularam episódios dedicados aos Òrìṣà para nos fazer rir. E nós? Rimos! Para ser justo, algumas novelas trataram o tema com respeito, e certos canais abriram espaço para sacerdotes de matriz africana — principalmente no início de cada ano, para prever o Òrìṣà regente. Mas isso não foi suficiente para reparar todos os danos.

Nós nunca fizemos aos outros o que fizeram conosco. Censurar a imprensa e promover boicotes nunca foi cogitado — assim como nunca recorremos à violência ou ao terrorismo. Como Cristo ensinou, sempre oferecemos a outra face e fomos atacados.

Em um país onde a educação nunca foi prioridade, nem mesmo os melhores livros sobre nossa religião conseguiram reverter o quadro. Pierre Verger, que fotografou e registrou a beleza do culto africano, tornou-se sinônimo de intelectual dentro do espaço religioso — e ainda é. Alguns afirmam que ele foi boicotado nos próprios templos, pois a africanidade que representava era vista como ameaçadora. E hoje vemos que a verdadeira ameaça estava em nós mesmos.

A academia e os artistas apoiaram. O sentimento de que, pelo menos, tínhamos algum espaço também dominou a Marquês de Sapucaí, com as belíssimas reproduções das escolas de samba. Elas introduziram Exu na comissão de frente e dedicaram carros inteiros a Yemoja, Osun, Obaluayé — lindo, lindo, lindo! E a mídia repetia os nomes dos Òrìṣà durante as transmissões.

Mesmo quem não gosta das religiões africanas canta “axé” sem saber o que significa: “Tem guitarra de rock and roll, batuque de candomblé, vai lá pra ver…” ou “Corre, Cosme chegou… alegria de erê é ver gente sambar.” Conseguimos conquistar um espaço no Carnaval, que também foi, por muitos anos, demonizado pelos cristãos.

Quando ganhamos espaço, era o mesmo espaço que Cristo recusou. Time is money — tempo é dinheiro… e, na TV, tempo é dinheiro, meu bem!

A mídia funciona assim: frequência x alcance x público. Quanto mais você exibe, onde chega e a quem atinge, mais paga e mais aparece. Quanto maior a audiência, mais empresas patrocinam, e a televisão lucra, aumentando o custo dos comerciais. Dispensar um grande evento significa perder dinheiro. A “globulosa” televisão tem raízes no Rio de Janeiro. Pá na cara!

Na época da perseguição, o demônio saía e os terreiros eram fechados durante a Quaresma. É nesse período que Òrìṣà estava na tela, subvertendo a ordem católica. Logo, a TV se recuperava, limpando sua imagem com filmes católicos e encenações da Paixão de Cristo, com cobertura em várias cidades. Os padres celebram missas pela manhã, e a Missa do Galo é transmitida do Vaticano para todo o país. Quando lavamos o Senhor do Bonfim, ganhamos 10 segundos nos noticiários locais. A festa de Yemanjá com Nossa Senhora dos Navegantes nunca foi transmitida ao vivo para toda a nação. Mas deixe-me contar um segredo: só podemos estar na televisão quando a igreja declara que estamos no “período das trevas”. Então, o Carnaval… deixe-me usá-lo antes que nada.

Agora é a vez da política e da televisão evangélica, com um poder de alcance e frequência absurdos, atestando a antiga ordem católica. Somos adoradores do mal!

País laico? Não me faça gargalhar. O país pertence àqueles que têm mais poder e dinheiro. O Cristo Redentor, com os braços abertos, recebe a todos no morro do Rio de Janeiro. Os evangélicos dominam os canais de TV e a bancada política. Felizmente, temos o Dique do Tororó — e não é pouca coisa. Temos casas com patrimônios tombados e conquistamos mais direitos para nossos cultos.

Nossos esforços são de abnegação. Limpamos escadas, pintamos Òrìṣà de branco e colocamos imagens de santos católicos em nossos templos. Levamos comunidades para a missa e até permitimos que o iyawo receba a bênção do padre. Mesmo os mais respeitados (e, claro, alvos principais) tinham terços nas paredes de suas casas. Até mesmo no Gantois, onde há uma imagem de São Jorge no salão principal, existem terços.

Também criamos uma religião nova, fundida com o catolicismo, onde colocamos terços nas mãos dos “pretos-velhos”, que morrem na Aruanda e retornam para reafirmar a fé cristã. Você entende isso como crítica? Pense novamente. As sete linhas da Umbanda têm a presença do Òrìṣà, mas o negro é católico. Ali, entendemos que Deus pode ser único — desde que esse Deus seja o Deus católico. Sabemos sobre Adão e Eva, mas muitos praticantes de Òrìṣà não sabem que foi Obatalá — e não Olodumarè — quem criou os seres humanos. Se a energia é uma, temos um problema teológico e cosmológico a resolver. Continuamos a esconder nossa africanidade, usando disfarces, esperando que as coisas melhorem.

Terreiros estão sendo depredados, e o famoso padre fala sobre “macumba”. E, por anos, aceitamos a Cristo (provocação), porque eles ainda fazem isso conosco?

A luta para dissociar Exu do Diabo é alvo de manifestações anuais na Nigéria. A UNESCO interveio para ajudar a preservar o patrimônio Òrìṣà lá. E aqui, brasileiros, sem “mimimi”. Ainda queremos abraçar o terço católico, que o rio Òṣun foi nomeado em nome da escravização, mas… em nome do quê? Tradição?

Sem confundir tolerância com concordância, entendimento com respeito, e sem confundir história com obrigação de repetição eterna. Museus estão aí para isso. Quando algo está obsoleto, ele entra para o museu, e lembramos da história. E seguimos…

Se alguém, neste ponto, começa a dizer que isso é Umbanda, aquilo é Candomblé, outro é Quimbanda, Batuque, Ifá… não perca tempo. Você perdeu a noção de que, para um cristão, tudo é a mesma coisa.

Caro padre, a maioria dos cultos afro não tem relação com a prática do mal. E aqueles que têm são nosso problema para resolver. É evidente que nem tudo o que está nas ruas tem intenções negativas, mas será que o senhor pode negar que algumas pessoas fazem isso? Elas fazem! Por isso, padre, estou com o senhor na busca por acabar com essa “macumba” que mencionou — porque não aguento mais tanta influência maléfica da ordem cristã sobre os Òrìṣà!

Agora, a parte ruim…

O Chapolin Colorado diria: “Não contávamos com a astúcia daqueles que cultuariam o Exu Diabo.” Sem hipocrisia, sabemos que eles existem — e não contávamos com a falta de respeito e o orçamento que alguns usariam para criar cartazes de “amarração”, “trazer amor de volta” ou “destruir inimigos”. Com folhetos espalhados, cartazes em postes, e hoje, com a internet, sites e redes sociais dedicados à “macumba” — sim, essa pecha maléfica. Não contávamos com pessoas irresponsáveis, como em qualquer lugar, que se aproveitariam dos nomes dos Òrìṣà para vender o mal. Olhe para trás neste texto: ele é mais construído do que o Bem. Tolerância, eu tenho. Concordância, não. Principalmente porque nem sempre conseguimos distinguir o que é o quê — e muitos de nós nem sequer sabemos.

“Como é grande a família do diabo” — um ponto cantado em todas as casas. O mal traz poder a quem o domina. Assim, criamos o mercado e demos tanto poder ao diabo. Realmente, fomos convencidos de que o mal é poderoso. O diabo concretizou! Ele se aproveitou de nossa religião, existindo dentro dela e afastando as pessoas que cultuavam e praticavam sua africanidade, seus Òrìṣà, Nkisi, Vodun e entidades, para a subversão — hoje amparada pela lei da liberdade religiosa. Não fechamos os olhos!

Na luta contra a vitimização e a má-fé, o oportunismo talvez seja considerado um defeito de nascença — assim como a busca de ganho no mercado. O mercado tem a fé como alvo, tão antigo quanto a venda de indulgências, a compra de um pedaço do céu ou o pagamento do dízimo ao pastor. Oh, não se surpreenda: a escola do mercado da fé existe há muito tempo.

O comprador, em grande parte, vem de outras religiões — muitas vezes chegando em desespero, disposto a fazer qualquer coisa, contaminado pelo que a televisão mostra, pedindo por tudo, até inventando sua própria “macumba”: “Se eu te der um bode preto, não dá certo?” Eles chegam querendo trabalhos — “Eu preciso ficar com ele de qualquer jeito.” Em locais sérios, são orientados ou convidados a sair. Em outros, pagam e recebem. Essas pessoas existem, e a culpa é compartilhada. Para esconder o “trabalhinho”, falam mal da religião Òrìṣà para todos.

O comércio — sempre o comércio — impulsionou o diabo com tremenda facilidade. Fabricantes de esculturas para igrejas passaram a fazer imagens para nossas casas. Vamos às compras! Exu com capa e chifres se parece, vulgarmente, com o diabo de Michelangelo, pintado na Capela Sistina. Assim, enchemos nossas casas com imagens de demônios com o nome de Exu aos pés — para que não restem dúvidas aos visitantes de que o culto é demoníaco. (Está ofendido? Pense novamente. Se você não cultua o diabo, por que tem uma imagem de Exu com cara de diabo católico?)

A magia e a igreja, com seu ódio eterno — opa! A “magia negra” e a guerra contra a feitiçaria, o domínio do diabo, vêm de antes. Estão lá na Idade Média, sem relação alguma com os Òrìṣà. As práticas descritas por Éliphas Lévi em rituais de alta magia estão mais associadas a demônios conjurados e assinados — e nada têm a ver com os Òrìṣà, nem eram negras.

Religião e política estão ligadas eternamente na história. A verdade é que aquilo que não controlamos, queremos extinguir — ou não teremos controle. Alguém já assistiu ao filme A Vila, de M. Night Shyamalan? Pois é. Criamos o monstro para proteger a comunidade e controlá-la. Muramos tudo, fazemos nossas leis, mas o imprevisível sempre pode surgir dentro. Quando temos que ceder, deixar o muro, tentar sair, pode ser assustador — mas é necessário para salvar vidas. Os verdadeiros monstros, aqueles que surgem de um caráter humano torto, ficam expostos. E é preciso olhar para dentro. Não somos iguais aos católicos, que fecharam os olhos para a Inquisição e para a pedofilia, por exemplo.

Na cadeia do controle social, a mídia é, sem dúvida, a ferramenta mais poderosa — com seus atores principais. Todo publicitário sabe que a repetição nunca tem o mesmo impacto do primeiro momento de exposição. Todo advogado sabe que indenizações por danos morais talvez não evitem agressões nas ruas. A mídia e seus atores, a política evangélica e católica, continuarão batendo, fazendo com que esse diabo esteja sempre mais presente. E é uma estratégia tão articulada que usar o diabo para o humor se tornou tendência desde os anos 80. E, sem hipocrisia, sabemos que essas práticas de feitiços negativos existem. Porém, nosso trabalho é dissociar quem não faz de quem faz — e fazer a sociedade entender que não é porque um padre é pedófilo que todos o são. No entanto, isso acontece com nossa religião. Na cabeça do leigo, devotos sérios de Òrìṣà, Nkisi, Vodun e outras entidades também são confundidos com quem pratica o mal. A má fama é compartilhada!

E como nos ofendem:

  • “70% das agressões são verbais e incluem ofensas como ‘macumbeiro’ e ‘filho do demônio’.”

Por que as religiões de matriz africana são o principal alvo de intolerância no Brasil? – BBC News Brasil

Para especialistas, racismo histórico no país e ‘satanização’ promovida por movimentos neo-pentecostais explicam ofensas, abusos e atos de violência contra templos e fiéis.

DEMONIO INTERNACIONAL

Congo – 1990 – Publicado por  The True Face of the Congo and Ourselves

A branca se apaixona pelo Negro, eles fazem amor, um negro mais negro em forma de diabo mata o negro.. entendeu?

Foto de Adal Cobos
foto de Adal Cobos

Lojas de artigos religiosos Brasileiras: 

Previous Post

Uma das mais importantes sacerdotisas de Osun em Osogbo - Iya Adedoyn está no Brasil

Next Post

Ogunda Otura - Ire Aiku - O Odu Ifá do Ano Novo de Orunmila/Ekiti é igual ao do ano passado!

Related Posts

A cobra Monamona do culto de Ogun e seu primeiro registro em 1852
Destaque

A cobra Monamona do culto de Ogun e seu primeiro registro em 1852

14/03/2024
ANGOLA – Sesc Digital com 5 documentários gratuitos sobre a Independência de Angola
Destaque

ANGOLA – Sesc Digital com 5 documentários gratuitos sobre a Independência de Angola

24/11/2020
Como é o culto do Òrìṣà Òṣùmàrè em terras Yorùbá – África?
Destaque

Como é o culto do Òrìṣà Òṣùmàrè em terras Yorùbá – África?

08/02/2020
Relato sobre a Manifestação de Òrìsà na África Yorùbá
Destaque

Relato sobre a Manifestação de Òrìsà na África Yorùbá

26/08/2019
Wole Soyinka e uma discussão sobre intolerância baseada em Obatala
Destaque

Wole Soyinka e uma discussão sobre intolerância baseada em Obatala

07/11/2018
Unesco organizará conferência em homenagem aos 80 anos do Alaafin Oyo e pede a participação de todos.
Destaque

Unesco organizará conferência em homenagem aos 80 anos do Alaafin Oyo e pede a participação de todos.

24/09/2018
Next Post
Ogunda Otura – Ire Aiku – O Odu Ifá do Ano Novo de Orunmila/Ekiti é igual ao do ano passado!

Ogunda Otura - Ire Aiku - O Odu Ifá do Ano Novo de Orunmila/Ekiti é igual ao do ano passado!

Siga-nos os bons

  • Home
  • Quem somos
  • Blog
  • Fale Conosco
  • Kojoda
  • Loja
  • Minha Conta
  • Ajude em campanhas
  • Promova Africanidades:
  • Renata Barcelos – Yemojagbemi Omitanmole Arike

© 2015- 2020 OrisaBrasil - Todos os direitos reservados

No Result
View All Result
  • Home
  • KOJODA YORÙBÁ
  • Yemojagebmi Arike
  • BLOG
    • Orisa
    • Curiosidades
    • Entrevistas
    • No Brasil
    • Nós falamos
    • DESCOLONIZAR
  • Promova Africanidades
    • Ajude em campanhas
  • Fale Conosco
  • Canais

© 2015- 2020 OrisaBrasil - Todos os direitos reservados

error: Content is protected !!
  • Instagram
  • WhatsApp