Nós parabenizamos pelo tombamento do Ilê Axé Opô Afonjá – RJ. Se hoje temos um canal para falar sobre Orisa, é por que alguém construiu a estrada.
Sem dúvidas devemos nosso respeito as mais antigas casas de candomblés.
Graças aos primeiros muito outros cultos se originaram,talvez os Orisa hora ou outra atravessariam o continente de alguma forma, vendo hoje, que não existem apenas os descendentes diretos dos países Africanos fazendo o culto a Orisa no Brasil. As casas de culto Orisa, agregaram descendentes de italianos, espanhois e até mesmo portugueses entre outros aqueles que a principio foram contra ao culto.
As casas de Orisa no Brasil desenvolveram e desenvolvem algo além da própria religião, primeiro claro foram os responsáveis pelo culto a Orisa nunca ter morrido e garantiram não só o direitos dos descendentes o diretos ao culto mas garantiram o direito de todos os brasileiros a cultuarem Orisa, acolhem povo de todos os tipos sem preconceito, o homem rico, o homem pobre, bonito ou feio, empresario bem sucedido ou morador de rua passando fome, a família composta por pai e mãe e filhos ou a família composta por relações homo- afetivas. Agregaram os marginalizados, cumprem a função as vezes do próprio governo.
Dão um pai e/ou mãe novo a cada um, ganham irmãos , tios, avôs e avós, tataravós em alguns cultos uma arvore genealógica inteira e em muitos lugares até um nome novo.
Os cultos de matriz africana dão o exemplo de como o que era o marginalizado pode superar os traumas, e fazer algo realmente bom com a experiencia negativa da perseguição religiosa.
Há aqueles que batem no peito e gritam que são do culto Orisa, há aqueles que cultuam Orisa ainda em segredo. O fato é que basta ser brasileiro para já ter ouvido falar em Yemoja. Mas nós sabemos não é mesmo? tem gente que nunca vai confessar que já pisou no Ile, terreiro, barracão ijo… e nem precisamos que o façam.. o respeito já está bom.
A Sede de terreiro Candomblé Ilê Axé Opô Afonjá foi tombada, assim como o barracão, a área de convivência destinadas às cerimônias religiosas; a árvore sagrada, denominada Orixá Irôko; o bambuzal, além dos bens móveis do espaço. O tombamento foi publicado nesta quarta-feira (01), no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro.
O Terreiro foi fundado em 1886 na Pedra do Sal e depois transferido na década de 1940 para o bairro de Coelho da Rocha, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Essa é a primeira vez que um terreiro de candomblé é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) por sua importância histórica, cultural e etnográfica.
O pedido de preservação e conservação do espaço foi feito pela própria comunidade do terreiro.
Fonte:Sopacultural – http://www.sopacultural.com/
Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá completa 15 anos de tombamento – Salvador – Bahia – Brasil
Um dos símbolos da resistência cultural dos descendentes dos africanos escravizados, o atuante terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá completa 15 anos de tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), nesta terça, dia 28. A Casa de Xangô, como também é conhecido, fica em Salvador (BA) e foi o segundo templo de culto afro-brasileiro a ganhar status de patrimônio nacional.
Em 1910, um grupo dissidente do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, comandado por Eugenia Anna dos Santos, a Mãe Aninha, fundou em uma fazenda o Ilê Axé Opô Afonjá, cujo significado é Casa da Força sustentada por Xangô. De rito Ketu, de nação Nagô, o terreiro presta um inestimável serviço a favor da preservação do culto aos orixás, dentro de uma estrutura sócio religiosa.
Em uma área de 39 mil metros quadrados há uma grande extensão de vegetação densa preservada, edificações de uso habitacional e religioso — dentre eles o barracão, o templo principal, a Casa de Xangô, os santuários de Oxalá e de Iemanjá, a fonte de Oxum, e a Escola Eugênia Anna dos Santos. Há também o Museu Ilê Ohum Ilailai e a Biblioteca Ikojppo Ilê Iwe Axé Opô Afonjá, espaços de formação, preservação e difusão da memória daquela comunidade e da história dos africanos no Brasil.
A Mãe Aninha foi a Iyá responsável pela liberação legal do culto aos orixás, depois de uma audiência no Rio de Janeiro com o então presidente Getúlio Vargas, em 1936; é dela a famosa frase: “Quero todos meus filhos aos pés de Xangô com anel de doutor”. Foi a matriarca soteropolitana, filha de negros da nação grunce, que chamou Salvador de “Roma Negra”.
Após a morte de Mãe Aninha, em 1938, o Terreiro foi liderado por Mãe Senhora, em seguida por Mãe Ondina e, desde 1976, é comandado por Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi. A atual Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá escreveu livros, atuou publicamente contra o chamado sincretismo religioso que une a imagem de santos católicos à de orixás, construiu escola, biblioteca, idealizou o museu Ilê Ohun Lailai (Casa das coisas antigas), pregou a necessidade do registro escrito contra os lapsos de memória, contribui para pesquisas respeitosas em torno da temática do candomblé que ela dirige.
O tombamento em 28 de julho de 2000 garantiu a continuação do terreiro no local, impede que as construções sejam demolidas, atribui valor simbólico e inclui o terreiro no rol do que é considerado patrimônio e que deve ser preservado para as próximas gerações. Além disso, possibilita a realização de intervenções para garantir sua integridade utilizando recursos públicos. No caso dos terreiros, a preservação ultrapassa a materialidade — de suma importância —, pois permite que rituais e celebrações sejam realizados e perpetuados.
O terreiro Ilê Axé Opô Afonjá passou por reformas em 2010, com investimentos de R$ 560 mil do Iphan. Com as obras, as Casas de Oxalá e de Iemanjá do Terreiro do Ilê Axé Opô Afonjá receberam nova estrutura de sustentação do telhado; reforma e recomposição de paredes e alvenarias; nivelamento e execução de novos pisos; readequação dos espaços internos; instalação de gás; revisão geral e execução de novas instalações elétricas e hidro sanitárias; e pintura geral.
O Ilê Axé Opô Afonjá, o mais antigo de que se tem notícia no Brasil, está localizado na rua Direta de São Gonçalo do Retiro, 557, no bairro do Cabula, em Salvador, Bahia.
fonte:http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/3048/terreiro-ile-axe-opo-afonja-completa-15-anos-de-tombamento