Há um ditado popular em Yorùbá que diz assim:”Iya ni wura, Baba ni jigi” significa “Mãe é ouro, o pai é um espelho”O papel de uma mulher é multidimensional na cultura Yorùbá – uma mãe, uma esposa, uma filha, uma sacerdotisa, vendedoras, lider de mercado, artesã, faz medicinas, reverenciada como uma boa enfermeira-melhor que um médico.A maneira como ela é percebida depende da posição que ocupa, e as diferentes percepções são refletidas através de canções, obras de arte, música, provérbios – linguagem e religião. Um valor alto é dado à mãe porque os iorubás reverenciam a maternidade.”Todos homens nasceram de uma mulher”.Em uma outra perspectiva é preciso exaltar para valorizar o que se esquece. Como uma lei que precisa existir para ter harmonia social. Não é agradável dizer que os Yoruba tem uma cultura patriarcal, com domino de homens, mas é agradável perceber que ao longo do tempo as mulheres vêm lutando para ganhar novos espaços.
Assim, mesmo em uma sociedade patriarcal, como as mães obtinham respeito e admiração eternos, mesmo quando não eram mostradas e reconhecidas abertamente?
No tempo, as mães eram consideradas “construtoras de casas” e todas as suas atividades eram limitadas aos quatro cantos da casa. Os homens ficaram na vanguarda e agiram como a voz da casa. As mulheres foram silenciadas e pouco ou nada se ouvia sobre seu impacto como pilares da casa.
Apesar do rebaixamento de mulheres pelo patriarcado, a sociedade tradicional tradicional Yorùbá buscou e ainda busca demonstrar grande respeito pelas mães e reverenciava seu papel na sociedade. Ao se tornar mãe, a mulher é promovida à posição estimada em que pode ser chamada de pedra preciosa.
O ditado comum em Yorùbá “Obirinin lo’laye; (O mundo é de propriedade das mulheres) implica que o mundo gira por causa do poder que extrai das mulheres – esse ditado tem um significado físico e espiritual. A maternidade, a força divina de criar vida, a poderosa intuição que permite à mãe ter um conhecimento prévio de qualquer atividade em torno de seus filhos, lhe dá o poder quase onipresente de conhecer tudo. Esse senso de sabedoria e conhecimento, dado pelos Orisa , ao longo dos anos, posicionou as mães como divindades secundárias na Terra. Esse dever eles carregam com todo senso de orgulho e amor.
“Orisha bi Iya Kosi” – “Não há divindade como uma mãe”. O que poderia ter estimulado tal ditado que coloca as mães no mesmo pedestal que os deuses e divindades reverenciados espiritualmente na cultura Yorùbá? A resposta não é exagerada na essência espiritual que eles transmitem aos seus filhos. O dever de uma mãe nunca termina: esse amor incondicional, o espírito absoluto de sacrifício ilimitado e o cuidado altruísta que ela oferece aos filhos. As mães literalmente tomariam o lugar de seus filhos mesmo diante da morte. Esses atos altruístas, exibidos ao longo dos anos, mostraram a importância das Mães na sociedade Yorùbá.
Em algumas comunidades de Orisa , Sempre que alguém está pronto para embarcar em uma jornada, e de repente bate com o pé esquerdo em sua mãe ou bate no pé esquerdo da mãe , isso é considerado azar. Acredita-se na cultura Yorubá que o pé esquerdo é o pé materno, e um golpe na “perna da mãe” dá azar. A jornada para esse dia é cancelada ou é feito um apaziguamento para afastar qualquer mal.
O papel e a posição das mães na sociedade não podem ser negligenciados e deixados despercebidos. Doadores da vida, cuidadores, protetores, enfermeiros, vários papéis múltiplos embutidos em um ser. O papel das mães não pode nem deve ser comprometido. O papel multitarefa que eles desempenham os torna o sobre-humano .
Mesmo nas canções, as mães são classificadas como ouro precioso:
Iya ni wura iyebiye
Ti a ko le f’owora
O l’oyun mi f’osu mesan
O pon mi f’odun meta
Iya ni wura iyebiye
Ti a ko le f’owora
Tradução:
Mãe é um ouro precioso
que não pode ser comprado com dinheiro
Ela me carregou no ventre por nove meses
Ela cuidou de mim por três anos
Mãe é um ouro precioso
que não pode ser comprado com dinheiro.
Referecia: MARÇO DE 2020 (Yoruba Nigeria, Jornal Guardian Life)
